terça-feira, 6 de novembro de 2012

Minha história com os golfinhos!

Olá Pessoal!



Há uns dias conheci uma garota aqui pela internet e já simpatizei com ela de cara. O nome dela é Rachel e ela está sempre escrevendo recadinhos lindos aqui no blog. Ela ama as sereias, mora nos EUA, e é uma fofa! E, claro, também ama os golfinhos. Então, resolvi fazer esse post para falar deste animal que é muuuuuito especial pra mim, mais do que vcs podem imaginar! hehehe

Bem, deixa eu falar um pouquinho sobre a minha vida atrelada aos golfinhos. Quem já leu meu livro já sabe o quanto eu sou apaixonada por esses animais. Desde que eu nasci, a minha paixão pelas sereias foi algo latente, como vcs todos já sabem. Mas ela também veio junto com a minha paixão pelos golfinhos. Paixão essa, avassaladora. E o pior é que era um amor a distância, platônico, e meus sonhos eram além de ter a minha cauda, também ver ao vivo um golfinho.

Bem, vcs acreditam que, quando eu tinha cerca de 6 anos, escrevi para o extinto programa do SBT "Porta da Esperança", pedindo um golfinho e um tanque?! haha. E olha a inocência da criança: eu ainda disse que se fosse ficar muito caro o tanque não tinha problema já que eu poderia colocá-lo na minha piscina! Pelo jeito achava que o tamanho de um golfinho era de uns 80 centímetros... haha.
Nem preciso dizer que o programa nem sequer me respondeu né?

Eu me lembro ainda que na época passava um comercial da margarina Mila, em que uma menina e um menino nadavam nus com um golfinho numa ilha... Nossa, eu viajava naquele comercial, me imaginava lá dia e noite. Algo como Lagoa Azul, mas sem sexo... kkkkk.
Eu queria desesperadamente ser aquela menina do comercial. Passar a minha infância, ou melhor a minha vida numa ilha, mergulhando ao lado de um golfinho (o menino nem precisava, só o golfinho mesmo :P ).

Durante toda minha vida nem sei quantas vezes sonhei em que eu via um golfinho ao vivo, em que eu o abraçava e nadava junto com ele, e quando acordava continuava sonhando com isso, deitada na minha cama.

Bem, ficando um pouco mais velha, com 8 para 9 anos, eu era uma criança incomum. Aliás, sempre fui... rs. Já fabricava tiaras pra mim com conchas, me recusava a cortar o cabelo e dizia para todo mundo que eu era uma sereia e que teria um golfinho quando crescesse. E um dia eu estava assistindo o Fantástico e estava passando uma matéria em que pescadores estavam matando milhares de golfinhos em Arquipélago dos Açores (um conjunto de ilhas que pertence a Portugal) para fazer isca para atum. Até hoje essa reportagem é vívida em minha memória. Dizem que as coisas verdadeiramente boas nunca esquecemos. Mas na verdade o que fica em nossa memória são as coisas que nos deixam trauma. Não nos abandona jamais, infelizmente...
Eu me lembro que era horrível, eles cortavam a cabeça dos golfinhos, que antes choravam e se debatiam, e jogavam no mar, e retiravam gordura da coluna cervical deles para fazer isca para atum. Aquilo me chocou de um tal modo que eu não consegui parar de chorar por uma noite inteira. Sério mesmo, eu fiquei depressiva e totalmente revoltada. Meus pais chegaram a ficar preocupados.
Eu não entendia como alguém poderia fazer algo como aquilo aos seres que eu mais amava.
Daí, com a ajuda da minha mãe, eu escrevi 3 cartas. Uma das cartas foi para a Globo, outra eu escrevi para a embaixada portuguesa aqui no Brasil e a outra, nós conseguimos achar o endereço lá de Arquipélago dos Açores. Nas cartas eu perguntava como que era possível fazerem isso com um animal, matarem um golfinho assim, enfim. Foi algo que me chocou tanto que, a partir dessa reportagem, eu liguei os pontos, eu fiz a assimilação e disse assim: Opa, eles matam golfinhos para fazerem isca para atum. Então eu não vou comer mais atum e nem mais peixe nenhum.
E passado cerca de 1 mês eu disse para meus pais assim: Eu não vou comer mais animal nenhum, afinal eles são meus amigos e eu os amo muito, eles não são minha comida. E desde os 8 anos de idade que eu virei vegetariana, nunca mais voltei a comer nenhum tipo de carne. Bati o pé e como sou teimosa, parei mesmo diante da preocupação imensa dos meus pais.
E olha que foi difícil pra mim, pq naquela época ninguém se falava em vegetarianismo. Eu me lembro que era encarada como se fosse uma E.T pelos meus amigos e por quem ficava sabendo. Mas eu já era encarada como estranha mesmo, então tudo bem! kkkkk

Bem, passada a época de criança, meu amor pelos golfinhos cresceu mais e mais. Fui fazer faculdade na área ambiental e mestrado (não concluído) também. Minha fascinação pelos golfinhos era tanta, que na faculdade o povo me chamava assim: "Ah, tem golfinho?". Tudo por conta de um seminário que uns colegas foram fazer sobre animais aquáticos e eu perguntei toda empolgada e de um jeito ultra fofo: Ah, vai ter golfinho???
Fora que tudo meu era de golfinho e sereia. Era caneta de golfinho, caderno de sereia, relógio de golfinho, celular de sereia...
Quando eu fui abrir uma conta minha no banco e saquei da bolsa a minha super caneta de golfinho que acendia quando era pressionada e emitia barulhinho, o gerente do banco me perguntou: "Mas vc tem mesmo, de verdade, 20 anos?"... kkkkkkkkk

E, como não poderia ser diferente, quando saí da faculdade e fui procurar estágio e trabalho, optei logo por tentar a área de pesquisa e conservação de cetáceos, que era meu sonho! E consegui! No começo foi bem difícil, pois como meu currículo era pobre nisso, eu cheguei a ligar para o Projeto Golfinho Rotador em Fernando de Noronha e implorar. Dizer que eu PRECISAVA ir pra lá, e que eu ia sim, nem que eu começasse lá no Projeto lavando banheiro!
 Para minha alegria meu currículo foi aceito (talvez por dó de mim ou pq não aguentavam mais as minhas ligações e encheções de saco) e foi exatamente lá que eu fui ver, finalmente ao vivo,os meus amados golfinhos e realizar um sonho de toda a vida.

Eu morei em Fernando de Noronha por 4 meses e cheguei a mergulhar com mais de mil golfinhos. Vcs imaginam a minha reação quando os vi pela primeira vez?
Depois que mergulhei com eles, quando já estava lá na base do Projeto e de banho tomado, eu comecei a chorar e não parei mais por 6 horas ininterruptas. Eu só me lembrava deles, de seus olhos negros e grandes, de seus barulhinhos lindos, de como me acolheram, de sentir a ligação que eu sabia que tinha com eles; e eu só queria voltar pra lá, voltar pra aquele mar e não sair mais de lá... Ficar com eles para sempre...

Ainda vou contar uma coisa pra vcs, algo muito especial. Uma história mágica e verdadeira, que carregarei por toda a eternidade em meu coração: A primeira vez em que mergulhei com eles, lá em Noronha, aconteceu algo muito especial, mas muuuuito mesmo. Quando o meu chefe mandou a gente voltar, pois já estávamos mergulhando com eles lá há mais de 1 hora, eu estava meio fora de mim, não queria ir, mas sabia que tinha que ir. Então triste fui voltando para a praia rochosa para sair da água, só que de repente, centenas de golfinhos juvenis e até filhotes se posicionaram ao meu lado e foram me seguindo, lado a lado, até eu sair da água. Meu chefe disse que nunca tinha visto algo parecido em mais de 20 anos que ele trabalha e mergulha lá, e que isso era tão incomum, que ele não conseguia explicar aquele comportamento, até pq as mães golfinhos jamais deixam os filhotes se aproximarem de humanos. Elas até mesmo se interpõe a eles e o mergulhador. Mas por alguma razão que ninguém soube explicar (mas eu soube sentir) essas mães permitiram isso.

Enfim, essa é apenas uma das histórias mágicas que eu tenho com esses seres.

Bem, mas pra não me estender mais, já que esse post está gigantesco, só vou dizer mais que depois de Noronha ainda trabalhei com golfinhos em Cananéia, onde morei também, e na Bahia.

Em Cananéia também tive uma história linda com um golfinho chamado Pipoca, mas fica pra outra hora, né?

Vou deixar algumas fotinhos minhas (são as fotos que eu mais gosto, de todas!!) e no final um vídeo que tem mais fotos e vídeos de alguns contatos meus com os amados golfinhos.

Ah, antes de terminar, queria contar para vcs como meu pai sempre me chamada... Olhos de golfinho! Ele sempre dizia que eu tinha olhos de golfinhos, negros, misteriosos, curiosos e inteligentes. Que ao mesmo tempo em que passavam alegria, passavam uma tristeza escondida. Talvez tristeza pelas injustiças do mundo? Talvez tristeza por estar longe de casa? Tristeza por estar longe do mar...

Um grande beijo para todos, e até a próxima!

Essas são fotos de meus mergulhos em Fernando de Noronha. Lá em Noronha é proibido mergulhar com golfinhos. Eu tinha aval pq estava lá como pesquisadora, mas nenhum morador da Ilha ou turista pode mergulhar com eles.



Mesmo sem a cauda eu já nadava com as pernas juntas.. hehe. E olhem como eles são seres muito especiais, reparem como eles olham mesmo. Veja nessa foto, como todos estão olhando pra mim... eles são demais!





Aqui é em Cananéia. Este aqui é o Pipoca! Um golfinho selvagem que decidiu abandonar a sua família para ficar mais próximo de humanos. Existem alguns casos de golfinhos no mundo que fazem isso.
Aqui eu estou dando um peixinho pra ele...rsrs


Eu e o Pipoca, saudades desse mocinho lindo!


E agora por fim, deixo o meu videozinho, que é antiguinho (tem cerca de 5 anos já), onde tem mais fotos e videos de minha vida com os golfinhos, espero que gostem!



UPDATE: Minha mãe, que é do FBI, da CIA e da INTERPOL juntas, achou esse comercial da margarina Mila que eu falei... não acreditei quando ela me mandou o video! hahahaha. Vejam ele aqui embaixo, o comercial começa lá pelos 4:30 minutos:



UPDATE 2: Tempos depois que escrevi e publiquei esse post, meu segundo livro foi terminado e publicado, como vcs sabem, o Quando as Sereias Choram. E como não poderia deixar de ser, os golfinhos continuaram muito especiais nesse livro também. Até mais do que no outro. Sei que quem já leu não esquece o personagem Ulisses, o golfinho da história. E para quem leu, saiba que o Ulisses foi baseado num personagem real... e adivinha em quem? No Pipoca! hehehe <3

11 comentários:

  1. Eu amei esse post! Ganhei o dia por vc ter me citado :D Ainda mais em um post sobre os golfinhos, minha paixão junto com as sereias e baleias. Eu me identifiquei de cara com vc! Um amor de pessoa e com a mesma paixão que eu! É uma felicidade imensa encontrar alguém como vc, q entende esse amor inexplicável pelos oceanos e suas criaturas. Eu sempre soube q os mares trazem coisas boas, e ele trouxe vc :) Lindas as fotos e o vídeo!! Nem preciso dizer, q achei MÁXIMO! hahahhaa. Ain, e o pipoca?? Coisa mais querida. Quando eu nadei com a golfinha Chelsea foi um momento indescritível. E qdo eu fazia carinho nela? Ela fechava os olhinhos, muito amor.E mais uma vez obrigada. Beijão, flor.

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    1. Minha linda, eu que ganhei meus dias por conhecer vc, uma menina linda, que ama as sereias, os animais, é ariana e tão parecida comigo! hehehe

      Beijinhos flor!!

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  2. Que coisa linda, Mi!!!

    Fico admirada com tudo isso, nem sei direito o que dizer...
    Mil coisas se passaram na minha cabeça e eu cheguei a conclusão de que preciso te conhecer pessoalmente só pra saber se você é mesmo de carne e osso! kkkkk

    Sou encantada com a sua história de vida e sua paixão pelo mar, sereias, golfinhos...

    Beijooo, lindaa, as fotos estão 10!

    P.S.: Eu não disse que você é a Coral disfarçada(nem tanto)??? kkkk

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    1. Obrigada Milinha linda do meu coração!! Realmente eu não consegui disfarçar muito bem a minha identidade secreta!!! hahahaha

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  3. Oi Mirella! Amei esse post! Poxa, nem preciso dizer o que acho de tudo isso... Sem dúvida alguma, seu lugar é no mar! Bjs!!!

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  4. Olá,Mirella!
    Nossa me comoveu muito a parte em que vc cita o caso dos golfinhos serem covardemente assassinados em Portugal,até meus olhos marejaram.como alguém tem coragem de fazer essa covardia com os pobres golfinhos,que aliás,são mamiferos como nós,né.Me lembrei de um outro fato que vi a muitos anos atrás,sobre focas que eram assassinadas com golpes de marretas,não me lembro o país,mas dizem que lá,pode-se pescar focas,eu vi a cena e me doeu muito.Mas chega de histórias tristes,né.

    Bom,Mirella,que lindo a armonia e as sintonia entre vc e essas belezas de animaizinhos,tão fofinhos,rsrs.O pipoca é tudo de bom né,vc sabe se ele ainda vive?Pois eu não sei quanto tempo dura um golfinho.Eles te olhavam como já te conhecesse né,interessanteum deles era rosa como o boto da amazonia,que lindinhos.
    O comercial da margarina! Nossa,eu nem me lembrava mais dele,as crianças lembram o filme A Lagoa Azul e o golfinho o Fliper,kkkkk,que rizada mais gostosa ele tem,bjs Mirella,amei o post =)

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    1. Até hoje os golfinhos e as baleias são covardemente assassinados em muitos lugares, principalmente pelos Japoneses e Noruegueses. As focas são muito assassinadas no Canadá, Lisa. Uma coisa horrorosa. As vezes eu acho que o ser humano não tem mais jeito não... aliás, acho que nunca teve. Por isso sou tão apaixonada pelos animais, sabia?

      Eu acredito que o Pipoca estava vivo sim (eu morro de saudades dele). Um golfinho vive entre 20 a 30 anos, e ele ainda era um jovem há 5 anos atrás... hehehhe.

      Aquele comercial é bem legal né?? hhahaha.. me deu uma nostalgia vendo ele! hehehe

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  5. Mi! Nem preciso falar que você arrasou não é? Mas esta linda! Muito mesmo!!!!!!! E, eu também amo Golfinhos ;)

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  6. que lindo! vou tentar estágio no golfinho rotador para o fim do ano. vc é uma sortuda. estudo comportamento dos golfinhos a um tempo e cada vez mais eles me encantam. abraço!

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